22.12.08
Essa época é um saco. Você recebe 500 cartões de Natal, todos dizendo a mesma coisa. Mas, hoje recebi um muito interessante. É de uma dupla de artistas de SP amigos meus. É um apanhado da produção deles em 2008. Para ver o trampo in loco, vá a rua Pedro Taques, é descendo a consolação, umas 4 ou 5 ruas depois da paulsta. Não tem erro. Para quem não mora em SP, visite o site
17.12.08
É assim que define seu trabalho o fotógrafo francês JR. O que, basicamente, ele faz é passar meses em uma comunidade em situação de risco pelo mundo (aqui ele fotografou o Rio, mas também teve passagens pelo Sudão, Quênia e outros países africanos), fotografar pessoas interessantes, imprimir as fotos em telas enormes e montar a exposição nas paredes e escadarias da própria comunidade. Mas além da traquitana original JR revela e dá vazão à pessoas que vivem a margem de tudo. O título é o link para o projeto 28mm: mulheres. Dá uma olhada. No mínimo, interessante.
16.12.08
Um coletivo (como tá na moda essa palavrinha, né?) de artistas de Brasília se juntaram e fizeram essa revista que nada mais é que um fanzine melhorado. Não desmerecendo, mas só para você sacar de qual é dessa revista. HQs diferentes, desenhos bacanas, vale a pena. Clica no título e dá uma olhada no blog dos caras.
O fim de ano está chegando e é hora de relaxar no trabalho. Só não deixa seu chefe saber disso. Bom, liga o fone e escuta esse som. Maps da bandinha Yeah Yeah Yeahs.
yeah yeah yeahs - maps from DonavanJ. on Vimeo.
yeah yeah yeahs - maps from DonavanJ. on Vimeo.
Eu sei que vocês são inteligentes e, por isso, acompanharam a série Alice da HBO que acabou neste último domingo. A série é tão interessante que vale a pena comprar o DVD quando sair. Porque a HBO não vai dar esse mole de não lançar a série em DVD. Se liga que em janeiro vc encontra esses disquinhos. Tomara.
11.12.08
Que primor de abertura. parabéns, Mateus.
Via brainstorm9.
Capitu - Abertura from Carlos Bêla on Vimeo.
Via brainstorm9.
Capitu - Abertura from Carlos Bêla on Vimeo.
8.12.08
Quando fui ver Vicky Cristina Barcelona esse final de semana, me encontrei com uma pessoa muito importante do cinema nacional e brasiliense: o documentarista Wladimir Carvalho. Entre outros bons filmes, ele filmou Barra 68, sobre a invasão militar na Universidade de Brasília em 1968. Vale a pena procurar na web.
Allen melhorou. Se é que ele já foi ruim algum dia. A europa lhe fez bem e ele mostra isso em Vicky Cristina Barcelona. Logo no começo ele dá uma porrada na cabeça da indústria americana: créditos simples e completos em fundo preto e vamos logo pro filme que é o que interessa. O roteiro é bom e dá para ver Allen em cada detalhe. Ainda continua filme de redator (se vc não é publicitário, não vai entender esse comentário), texto pra cacete, muita falação. Sexo do bom e em quantidade para agradar ninfomaniaco. E, histórias abertas no final. Já vi isso em Linha de passe e outros filmes recentes. Será que isso é tendência? Você tem que ver Vicky Cristina Barcelona, é diversão na certa.
5.12.08
2.12.08
Eu juro que é a última vez que eu falo sobre internet 2.0. Já está mesmo enchendo o saco. Mas é que a Superinteressante de dezembro trouxe uma reportagem sobre a origem da Bíblia, o que tem tudo a ver com o tema. Resumindo, a reportagem mostra que a Bíblia foi escrita e re-escrita por milhares de pessoas, de monges copistas a sábios judeus, ou seja, uma verdadeira obra colaborativa. O resultado? Livro traduzido para 300 idiomas, publicado mais de 11 milhões cópias ao ano, livro mais influente do mundo. E aí, precisa dizer que para estourar a boca do balão sua obra TEM que ser 2.0?
28.11.08
Esse post é para mostrar que eu estou totalmente defasado. A editora panini lançou em agosto (há 3 meses atrás) a primeira edição do Turma da Mônica Jovem, uma HQ com Mônica e o agora Cebola crescidos. Para quem passou a infância lendo gibis da turma é bizarro. Quem começou a ler agora deve até achar legal (já foram lançadas 3 volumes que venderam 500 mil exemplares).
27.11.08
25.11.08
17.11.08
14.11.08
12.11.08
Para quem não sabe, a Lomo é uma fabricante russa de máquinas fotográficas que fizeram um baita sucesso nos anos 80. Elas são bem simples mas fazem umas imagens muito boas. Saturam, distorcem, puxam as cores, criam rings. Elas são fodásticas. Praticamente as super-8 da fotografia. Então, eu acabo de adquirir as minhas (Diana+ e pop9) e estão vindo da tão longe, tão perto Viena, Áustria. A DHL, que está trazendo a encomenda, rastreia o produto e você acompanha tudo online. As bichinhas sairam da Austria, foram para a Eslováquia, depois Alemanha, seguiram até a Holanda e finalmente despacharam para SP. Tô tão na pilha que dá vontade de levar as danadas por esse roteiro de novo, só que fotografando, claro. No título tem o link da sociedade lomográfica.
9.11.08
5.11.08
Eu devia cobrar por dar tantas dicas assim. Mas isso é viagem prum outro post. Vamos lá: você conhece o Saul Williams? É um caboco filósofo que canta rap alternativo, é ator, faz umas performances bem malucas e ainda escreve. Mas eu não queria falar dele não. Achei legal os trampos da esposa dele, a artista Marcia Jones. Clica no link que ela ilustrou o site dele.
www.saulwilliams.com
www.saulwilliams.com
4.11.08
30.10.08
29.10.08
28.10.08
Não vale para quem está em SP. Isso porque vocês, provavelmente, já devem conhecer, já devem ter ido ao espetáculo e devem achar esse post ridículo e antigo. Então não vale pra vocês. Mas se você não é de SP, divirta-se (clicando no título) com esse espetáculo teatral. Para ver in loco, vá para a terra dos manos.
27.10.08
Última parada - 174. Moroso, confuso, sem foco. Acho que Barreto se perdeu, sem saber ao certo o que contar. Não é bem a história do Sandro, não é bem a história do seu chapa Alessandro. Não é bem a história da sua mãe (adotiva?), nem a história da ongueira fundadora da Infância para todos. Também não é do sequestro em si. Se não é a história de nada disso, é a história de quê? Boa pergunta. Fiquei feliz só pela equipe técnica que não deixou a peteca cair. Bem filmado, bem fotografado, bem editado, bem masterizado. E só.
24.10.08
23.10.08
Achei o site do projeto. É bem parecido com o projeto que participei em 2003, A Cara de São Paulo. Andrew desenvolveu filme, site e livro de retratos. O link do site está no título. O link da Cara de SP vai abaixo.
http://fotosite.terra.com.br/novo_futuro/barme.php?http://fotosite.terra.com.br/novo_futuro/ler_noticia.php?id=2267
http://fotosite.terra.com.br/novo_futuro/barme.php?http://fotosite.terra.com.br/novo_futuro/ler_noticia.php?id=2267
Sabe aquela mulher maravilhosa? Peitão, bundão, gostosa pra kct mas que se chama Juciara? Então, Busca implacável é assim. Um belissimo filme com nome de piriguete. Mas deixe o nome pra lá, pq o filme é interessante. O cara é um ex-agente que vai resgatar sua filha sequestrada. um 007 sem belas mulheres, sem pirotecnia, sem mentiradas. Uma boa pedida para uma quinta despretensiosa que nem hoje.
22.10.08
Todo mundo pensa que puta, publicitário e jogador de futebol tem vida profissional curta. É verdade, mas toda regra tem sua exceção. E uma delas foi retratada no documentário 69 - Praça da Luz, de Carolina Marcowicz, que mostra o cotidiano de 5 prostitutas que passaram dos 60 e continuam trabalhando no centro de SP. O profissão repórter já beliscou o tema, mas o documentário é bem melhor. Você pode assistir no Porta Curtas da Petrobras.
www.portacurtas.com.br
www.portacurtas.com.br
20.10.08
Conheci esse filme ano passado quando filmei uma campanha publicitária com o diretor dele, o Marcelo Galvão. Na época o filme passou na Mostra de SP e foi bem recebido. Agora o Terra TV disponibilizou todo o material online, inclusive seus 4 finais. Mesmo com baixo orçamento, é bem filmado (apesar de ser HD), os diálogos são ótimos e as situações melhores ainda. Clica no título e confira.
Por acaso vi 300 de Esparta ontem. Não, não é a versão que fizeram baseada no quadrinho do Frank Miller. É a de 1962, de Rudolph Maté.E fica claro como ele troca a batalha pelos diálogos. Tudo é mais explicado: as posições de câmeras, os diálogos, a montagem. Botei dois links, um para o filme de Zack Snyder e o outro para o de Maté. Dois jeitos diferentes de contar a mesma história.
300, Zack Snyder
http://www.youtube.com/watch?v=OXJx-XOBtIM&feature=related
300 Spartans, Rudolph Maté
http://www.youtube.com/watch?v=03kBDmLZsy8
300, Zack Snyder
http://www.youtube.com/watch?v=OXJx-XOBtIM&feature=related
300 Spartans, Rudolph Maté
http://www.youtube.com/watch?v=03kBDmLZsy8
15.10.08
14.10.08
8.10.08
6.10.08
3.10.08
Eu vi Lobisomem ontem. Um clássico do cinema trash. Trash por causa da produção e de falhas bestas no roteiro. Onde já se viu 20h a cidade estar dormindo? Impossível hoje. O casal sai para um passeio às 20h e é atacado pelo temível lobisomem. Me poupe. Mas tem uma coisa interessante em ver filme antigo: como eles entendem cada cena. Todas começam com quadros bem abertos, para você saber bem onde está, para aí sim contar a história. Enfim, quando escrever um roteiro lembre-se que os efeitos sempre vão melhorar. Se quer que seu drama não vire comédia, tenha um bom argumento.
2.10.08
30.9.08
As bandas preferidas de muita gente começam com the. Filme bom tem legenda, explosão e Nova York sendo ameaçada. Para esquentar o comércio, as lojas queimam o estoque: 70% off. A moda da rua é streetwear. No ipod hip hop, na mão a lata de spray tem a atitude do grafite. Para estar conectado o tempo todo, nossos celulares têm bluetooth, email, GPS. E que venha a próxima tecnologia com nome gringo. Os jargões invadiram as salas de reunião. E todo mundo só fala em share, branding, sales. Mas sucesso é com Michael Phelps, acompanhado do Oiapoque ao Chuí nas últimas olimpíadas.
29.9.08
24.9.08
23.9.08
22.9.08
17.9.08
15.9.08
14.9.08
Isso mesmo. Se você tem algum herói, é burro. E isso vale para ídolos, mestres e classificações afins. Não dá para conceber de um inteligente que ele idolatre algo ou alguém. Porque se você prestar um pouquinho de atenção, vai descobrir o que exatamente chama a sua atenção. O crux. O detalhe fundamental. E vai sacar que o resto nem é tão legal assim. E é aí que o ídolo perde brilho. Sua parte medíocre expõe os cortes e manchas de ser apenas o padrão. Ou até menos que isso. E nessa hora rola aquela tradicional brochada. Herói também tem podre. Abra o olho.
12.9.08
A CARTA DA TERRA
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.
Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.
Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.
PREÂMBULO
Estamos diante de um momento crítico na história da Terra, numa época em que a humanidade deve escolher o seu futuro. À medida que o mundo torna-se cada vez mais interdependente e frágil, o futuro enfrenta, ao mesmo tempo, grandes perigos e grandes promessas. Para seguir adiante, devemos reconhecer que, no meio da uma magnífica diversidade de culturas e formas de vida, somos uma família humana e uma comunidade terrestre com um destino comum. Devemos somar forças para gerar uma sociedade sustentável global baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura da paz. Para chegar a este propósito, é imperativo que nós, os povos da Terra, declaremos nossa responsabilidade uns para com os outros, com a grande comunidade da vida, e com as futuras gerações.
Terra, Nosso Lar
A humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. As forças da natureza fazem da existência uma aventura exigente e incerta, mas a Terra providenciou as condições essenciais para a evolução da vida. A capacidade de recuperação da comunidade da vida e o bem-estar da humanidade dependem da preservação de uma biosfera saudável com todos seus sistemas ecológicos, uma rica variedade de plantas e animais, solos férteis, águas puras e ar limpo. O meio ambiente global com seus recursos finitos é uma preocupação comum de todas as pessoas. A proteção da vitalidade, diversidade e beleza da Terra é um dever sagrado.
A Situação Global
Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando. A injustiça, a pobreza, a ignorância e os conflitos violentos têm aumentado e são causa de grande sofrimento. O crescimento sem precedentes da população humana tem sobrecarregado os sistemas ecológico e social. As bases da segurança global estão ameaçadas. Essas tendências são perigosas, mas não inevitáveis.
Desafios Para o Futuro
A escolha é nossa: formar uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros, ou arriscar a nossa destruição e a da diversidade da vida. São necessárias mudanças fundamentais dos nossos valores, instituições e modos de vida. Devemos entender que, quando as necessidades básicas forem atingidas, o desenvolvimento humano será primariamente voltado a ser mais, não a ter mais. Temos o conhecimento e a tecnologia necessários para abastecer a todos e reduzir nossos impactos ao meio ambiente. O surgimento de uma sociedade civil global está criando novas oportunidades para construir um mundo democrático e humano.
Nossos desafios ambientais, econômicos, políticos, sociais e espirituais estão interligados, e juntos podemos forjar soluções includentes.
Responsabilidade Universal
Para realizar estas aspirações, devemos decidir viver com um sentido de responsabilidade universal, identificando-nos com toda a comunidade terrestre bem como com nossa comunidade local. Somos, ao mesmo tempo, cidadãos de nações diferentes e de um mundo no qual a dimensão local e global estão ligadas. Cada um compartilha da responsabilidade pelo presente e pelo futuro, pelo bem-estar da família humana e de todo o mundo dos seres vivos. O espírito de solidariedade humana e de parentesco com toda a vida é fortalecido quando vivemos com reverência o mistério da existência, com gratidão pelo dom da vida, e com humildade considerando em relação ao lugar que ocupa o ser humano na natureza.
Necessitamos com urgência de uma visão compartilhada de valores básicos para proporcionar um fundamento ético à comunidade mundial emergente. Portanto, juntos na esperança, afirmamos os seguintes princípios, todos interdependentes, visando um modo de vida sustentável como critério comum, através dos quais a conduta de todos os indivíduos, organizações, empresas, governos, e instituições transnacionais será guiada e avaliada.
PRINCÍPIOS
I. RESPEITAR E CUIDAR DA COMUNIDADE DA VIDA
1. Respeitar a Terra e a vida em toda sua diversidade.
a. Reconhecer que todos os seres são interligados e cada forma de vida tem valor, independentemente de sua utilidade para os seres humanos.
b. Afirmar a fé na dignidade inerente de todos os seres humanos e no potencial intelectual, artístico, ético e espiritual da humanidade.
2. Cuidar da comunidade da vida com compreensão, compaixão e amor.
a. Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais vem o dever de impedir o dano causado ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.
b. Assumir que o aumento da liberdade, dos conhecimentos e do poder implica responsabilidade na promoção do bem comum.
3. Construir sociedades democráticas que sejam justas, participativas, sustentáveis e pacíficas.
a. Assegurar que as comunidades em todos níveis garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais e proporcionem a cada um a oportunidade de realizar seu pleno potencial.
b. Promover a justiça econômica e social, propiciando a todos a consecução de uma subsistência significativa e segura, que seja ecologicamente responsável.
4. Garantir as dádivas e a beleza da Terra para as atuais e as futuras gerações.
a. Reconhecer que a liberdade de ação de cada geração é condicionada pelas necessidades das gerações futuras.
b. Transmitir às futuras gerações valores, tradições e instituições que apóiem, em longo prazo, a
prosperidade das comunidades humanas e ecológicas da Terra.
Para poder cumprir estes quatro amplos compromissos, é necessário:
II. INTEGRIDADE ECOLÓGICA
5. Proteger e restaurar a integridade dos sistemas ecológicos da Terra, com especial preocupação pela diversidade biológica e pelos processos naturais que sustentam a vida.
a. Adotar planos e regulamentações de desenvolvimento sustentável em todos os níveis que façam com que a conservação ambiental e a reabilitação sejam parte integral de todas as iniciativas de desenvolvimento.
b. Estabelecer e proteger as reservas com uma natureza viável e da biosfera, incluindo terras selvagens e áreas marinhas, para proteger os sistemas de sustento à vida da Terra, manter a biodiversidade e preservar nossa herança natural.
c. Promover a recuperação de espécies e ecossistemas ameaçadas.
d. Controlar e erradicar organismos não-nativos ou modificados geneticamente que causem dano às espécies nativas, ao meio ambiente, e prevenir a introdução desses organismos daninhos.
e. Manejar o uso de recursos renováveis como água, solo, produtos florestais e vida marinha de forma que não excedam as taxas de regeneração e que protejam a sanidade dos ecossistemas.
f. Manejar a extração e o uso de recursos não-renováveis, como minerais e combustíveis fósseis de forma que diminuam a exaustão e não causem dano ambiental grave.
6. Prevenir o dano ao ambiente como o melhor método de proteção ambiental e, quando o conhecimento for limitado, assumir uma postura de precaução.
a. Orientar ações para evitar a possibilidade de sérios ou irreversíveis danos ambientais mesmo quando a informação científica for incompleta ou não conclusiva.
b. Impor o ônus da prova àqueles que afirmarem que a atividade proposta não causará dano significativo e fazer com que os grupos sejam responsabilizados pelo dano ambiental.
c. Garantir que a decisão a ser tomada se oriente pelas conseqüências humanas globais, cumulativas, de longo prazo, indiretas e de longo alcance.
d. Impedir a poluição de qualquer parte do meio ambiente e não permitir o aumento de substâncias radioativas, tóxicas ou outras substâncias perigosas.
e. Evitar que atividades militares causem dano ao meio ambiente.
7. Adotar padrões de produção, consumo e reprodução que protejam as capacidades regenerativas da Terra, os direitos humanos e o bem-estar comunitário.
a. Reduzir, reutilizar e reciclar materiais usados nos sistemas de produção e consumo e garantir que os resíduos possam ser assimilados pelos sistemas ecológicos.
b. Atuar com restrição e eficiência no uso de energia e recorrer cada vez mais aos recursos energéticos renováveis, como a energia solar e do vento.
c. Promover o desenvolvimento, a adoção e a transferência eqüitativa de tecnologias ambientais saudáveis.
d. Incluir totalmente os custos ambientais e sociais de bens e serviços no preço de venda e habilitar os consumidores a identificar produtos que satisfaçam as mais altas normas sociais e ambientais.
e. Garantir acesso universal à assistência de saúde que fomente a saúde reprodutiva e a reprodução responsável.
f. Adotar estilos de vida que acentuem a qualidade de vida e subsistência material num mundo finito.
8. Avançar o estudo da sustentabilidade ecológica e promover a troca aberta e a ampla aplicação do conhecimento adquirido.
a. Apoiar a cooperação científica e técnica internacional relacionada a sustentabilidade, com especial atenção às necessidades das nações em desenvolvimento.
b. Reconhecer e preservar os conhecimentos tradicionais e a sabedoria espiritual em todas as culturas que contribuam para a proteção ambiental e o bem-estar humano.
c. Garantir que informações de vital importância para a saúde humana e para a proteção ambiental, incluindo informação genética, estejam disponíveis ao domínio público.
III. JUSTIÇA SOCIAL E ECONÔMICA
9. Erradicar a pobreza como um imperativo ético, social e ambiental.
a. Garantir o direito à água potável, ao ar puro, à segurança alimentar, aos solos não-contaminados, ao abrigo e saneamento seguro, distribuindo os recursos nacionais e internacionais requeridos.
b. Prover cada ser humano de educação e recursos para assegurar uma subsistência sustentável, e proporcionar seguro social e segurança coletiva a todos aqueles que não são capazes de manter-se por conta própria.
c. Reconhecer os ignorados, proteger os vulneráveis, servir àqueles que sofrem, e permitir-lhes
desenvolver suas capacidades e alcançar suas aspirações.
10. Garantir que as atividades e instituições econômicas em todos os níveis promovam o desenvolvimento humano de forma eqüitativa e sustentável.
a. Promover a distribuição eqüitativa da riqueza dentro das e entre as nações.
b. Incrementar os recursos intelectuais, financeiros, técnicos e sociais das nações em desenvolvimento e isentá-las de dívidas internacionais onerosas.
c. Garantir que todas as transações comerciais apóiem o uso de recursos sustentáveis, a proteção ambiental e normas trabalhistas progressistas.
d. Exigir que corporações multinacionais e organizações financeiras internacionais atuem com
transparência em benefício do bem comum e responsabilizá-las pelas conseqüências de suas
atividades.
11. Afirmar a igualdade e a eqüidade de gênero como pré-requisitos para o desenvolvimento sustentável e assegurar o acesso universal à educação, assistência de saúde e às oportunidades econômicas.
a. Assegurar os direitos humanos das mulheres e das meninas e acabar com toda violência contra elas.
b. Promover a participação ativa das mulheres em todos os aspectos da vida econômica, política, civil, social e cultural como parceiras plenas e paritárias, tomadoras de decisão, líderes e beneficiárias.
c. Fortalecer as famílias e garantir a segurança e a educação amorosa de todos os membros da família.
12. Defender, sem discriminação, os direitos de todas as pessoas a um ambiente natural e social, capaz de assegurar a dignidade humana, a saúde corporal e o bem-estar espiritual, concedendo especial atenção aos direitos dos povos indígenas e minorias.
a. Eliminar a discriminação em todas suas formas, como as baseadas em raça, cor, gênero, orientação sexual, religião, idioma e origem nacional, étnica ou social.
b. Afirmar o direito dos povos indígenas à sua espiritualidade, conhecimentos, terras e recursos, assim como às suas práticas relacionadas a formas sustentáveis de vida.
c. Honrar e apoiar os jovens das nossas comunidades, habilitando-os a cumprir seu papel essencial na criação de sociedades sustentáveis.
d. Proteger e restaurar lugares notáveis pelo significado cultural e espiritual.
IV.DEMOCRACIA, NÃO VIOLÊNCIA E PAZ
13. Fortalecer as instituições democráticas em todos os níveis e proporcionar-lhes transparência e prestação de contas no exercício do governo, participação inclusiva na tomada de decisões, e acesso à justiça.
a. Defender o direito de todas as pessoas no sentido de receber informação clara e oportuna sobre assuntos ambientais e todos os planos de desenvolvimento e atividades que poderiam afetá-las ou nos quais tenham interesse.
b. Apoiar sociedades civis locais, regionais e globais e promover a participação significativa de todos os indivíduos e organizações na tomada de decisões.
c. Proteger os direitos à liberdade de opinião, de expressão, de assembléia pacífica, de associação e de oposição.
d. Instituir o acesso efetivo e eficiente a procedimentos administrativos e judiciais independentes, incluindo retificação e compensação por danos ambientais e pela ameaça de tais danos.
e. Eliminar a corrupção em todas as instituições públicas e privadas.
f. Fortalecer as comunidades locais, habilitando-as a cuidar dos seus próprios ambientes, e atribuir responsabilidades ambientais aos níveis governamentais onde possam ser cumpridas mais efetivamente.
14. Integrar, na educação formal e na aprendizagem ao longo da vida, os conhecimentos, valores e habilidades necessárias para um modo de vida sustentável.
a. Oferecer a todos, especialmente a crianças e jovens, oportunidades educativas que lhes permitam contribuir ativamente para o desenvolvimento sustentável.
b. Promover a contribuição das artes e humanidades, assim como das ciências, na educação para sustentabilidade.
c. Intensificar o papel dos meios de comunicação de massa no sentido de aumentar a sensibilização para os desafios ecológicos e sociais.
d. Reconhecer a importância da educação moral e espiritual para uma subsistência sustentável.
15. Tratar todos os seres vivos com respeito e consideração.
a. Impedir crueldades aos animais mantidos em sociedades humanas e protegê-los de sofrimentos.
b. Proteger animais selvagens de métodos de caça, armadilhas e pesca que causem sofrimento extremo, prolongado ou evitável.
c. Evitar ou eliminar ao máximo possível a captura ou destruição de espécies não visadas.
16. Promover uma cultura de tolerância, não violência e paz.
a. Estimular e apoiar o entendimento mútuo, a solidariedade e a cooperação entre todas as pessoas, dentro das e entre as nações.
b. Implementar estratégias amplas para prevenir conflitos violentos e usar a colaboração na resolução de problemas para manejar e resolver conflitos ambientais e outras disputas.
c. Desmilitarizar os sistemas de segurança nacional até chegar ao nível de uma postura não-provocativa da defesa e converter os recursos militares em propósitos pacíficos, incluindo restauração ecológica.
d. Eliminar armas nucleares, biológicas e tóxicas e outras armas de destruição em massa.
e. Assegurar que o uso do espaço orbital e cósmico mantenha a proteção ambiental e a paz.
f. Reconhecer que a paz é a plenitude criada por relações corretas consigo mesmo, com outras pessoas, outras culturas, outras vidas, com a Terra e com a totalidade maior da qual somos parte.
O CAMINHO ADIANTE
Como nunca antes na história, o destino comum nos conclama a buscar um novo começo. Tal renovação é a promessa dos princípios da Carta da Terra. Para cumprir esta promessa, temos que nos comprometer a adotar e promover os valores e objetivos da Carta.
Isto requer uma mudança na mente e no coração. Requer um novo sentido de interdependência global e de responsabilidade universal. Devemos desenvolver e aplicar com imaginação a visão de um modo de vida sustentável aos níveis local, nacional, regional e global. Nossa diversidade cultural é uma herança preciosa, e diferentes culturas encontrarão suas próprias e distintas formas de realizar esta visão. Devemos aprofundar expandir o diálogo global gerado pela Carta da Terra, porque temos muito que aprender a partir da busca
iminente e conjunta por verdade e sabedoria.
A vida muitas vezes envolve tensões entre valores importantes. Isto pode significar escolhas difíceis. Porém, necessitamos encontrar caminhos para harmonizar a diversidade com a unidade, o exercício da liberdade com o bem comum, objetivos de curto prazo com metas de longo prazo. Todo indivíduo, família, organização e comunidade têm um papel vital a desempenhar. As artes, as ciências, as religiões, as instituições educativas, os meios de comunicação, as empresas, as organizações não-governamentais e os governos são todos chamados a oferecer uma liderança criativa. A parceria entre governo, sociedade civil e empresas é essencial para uma governabilidade efetiva.
Para construir uma comunidade global sustentável, as nações do mundo devem renovar seu compromisso com as Nações Unidas, cumprir com suas obrigações respeitando os acordos internacionais existentes e apoiar a implementação dos princípios da Carta da Terra com um instrumento internacional legalmente unificador quanto ao ambiente e ao desenvolvimento.
Que o nosso tempo seja lembrado pelo despertar de uma nova reverência face à vida, pelo compromisso firme de alcançar a sustentabilidade, a intensificação da luta pela justiça e pela paz, e a alegre celebração da vida.
1.9.08
Com certeza você já viu Uma Verdade Inconveniente. É bom. Bem feitinho, tem o merchan da apple com seus laptops, o Al Gore fala bem, explica o aquecimento global direitinho, tudo é bem filmado. Até aí, ok. Mas você viu como o Al Gore é rápido? Ele mostra exemplos com tanta rapidez, faz conexões em alta velocidade. Sinal de inteligência. Se você quer parecer inteligente, seja rápido. Mas só acelere se for mesmo inteligente. Burro com cara de inteligente não dá. E não cola. E lembre-se, esse é um post sobre roteiros e não sobre a vida.
29.8.08
Vi Cazuza - o tempo não pára, dirigido pela Sandra Werneck. E filme assim é difícil de fazer. Porque você tem uma história pública muito conhecida e que determinados trechos dela são muito tocantes para certas pessoas. Então é preciso escolher o trecho certo dessa história para retratar. Ninguém quer ouvir um "ah, você deixou de fora essa parte..." Fora isso tem o casting. Não basta ser bom, tem que ser parecido com o personagem. E foi aí que eles acertaram: Daniel de Oliveira é parecido e é bom. Marieta Severo é parecida e é excepcional. E que tabelinha fizeram os dois juntos. Ponto para eles.
27.8.08
26.8.08
25.8.08
22.8.08
21.8.08
19.8.08
14.8.08
12.8.08
11.8.08
Eu sou viciado em esporte. Já fiz natação, futebol de campo, futebol de salão, capoeira, escalada e corrida. Acompanho os blogs especializados do assunto, tenho time no cartola fc e onde mais você lembrar. Então é claro que em época de Olimpiadas eu só poderia ficar grudado na telinha, mesmo com um horário horrível desses. Mas você já deve ter visto alguns daqueles maravilhosos comerciais da Nike que nos fazem querem treinar forte para sentir a mesma emoção de um campeão. Até agora esse começo de Olimpiada não tem sido assim. A tcheca da carabina de 10m ficou uns 10 minutos parada até descobrir que tinha levado o ouro. Depois abriu um leve sorriso. Michael Phelps ganhou os 400 m Medley com um corpo de vantagem em relação ao recorde mundial e saiu com cara de quem acabou de acordar. Ou eu estou errado ou esses atletas precisam assistir mais comerciais da Nike.
6.8.08
Eu já acordo 6h30. Para ver as olimpiadas estou acordando às 6h. Isso trabalhando em agência e indo dormir lá pras 2h da manhã. Mas vale a pena. É a maior competição esportiva do mundo. 5 canais, competição ao mesmo tempo. Para quem tem ânsia em devorar informação, é um baita banquete. Sabe aquela velha história de desligar a tv e ir ler um livro? Esqueça-a. É hora de horas e mais horas plugado na tv. Mas só durante as olimpiadas.
4.8.08
Um cineasta resolveu filmar 3 histórias. Até aí nenhuma novidade. Hoje todo mundo conta várias histórias ao mesmo tempo para ter muito material para fazer uma edição bacana e o telespectador ter muito o que analisar e demorar para perceber se a história é boa ou ruim. Ok. Decidido isso, ele passou para as histórias: a primeira era a de dois irmãos que não se davam bem e um tentava roubar a mulher do outro. Achou a história nova? Então vá ler O Primo Basílio. A segunda era a de um quarentão que larga a mulher e dois filhos para viver com a amante modelo de 20 anos. É a velha piada: trocar 1 de 40 por 2 de 20.E a terceira história era de um sócio que manda matar seu outro sócio para ficar com a empresa só para ele. Beto Brant já tinha contado isso em O Invasor. E você provavelmente deve ter outra referência dessa história. Mas esse filme não é chato, monótono e repetitivo. Essa película é Amores Brutos. Se você não viu, está perdendo um bom filme. E o que faz dele um bom filme? É que o diretor não esqueceu a regrinha básica de roteiro: bater até cansar nos seus personagens e sem dó. E só assim para histórias comuns ganharem uma carga dramática expressiva. Após juntar dinheiro por vários meses para tentar fugir com a mulher do irmão, o caçula chega em casa e vê que o irmão fugiu com seu dinheiro e com sua amada. Ao levar a amante para a casa nova, o marido a vê sofrer um grave acidente que a faz perder a perna. Ao pedir para ter seu sócio morto, o dono se depara com um matador de aluguel que entrega seu sócio amarrado e uma arma. Se quiser sangue, ele que suje as mãos. E isso é só 3 das várias cacetadas que ele lasca nos personagens.
1.8.08
Segue o link da palestra do Craig Davis, no CCSP. O cara é um dos principais criativos do mundo e foi presidente do júri do principal festival de publicidade do mundo, o de Cannes, este ano. Mas não é de publicidade que eu quero falar. Se você é artista, assista. Ele fala do processo de criação publicitária. Mas muita coisa vale para arte. Ele tropeça ao dizer que publicitários são artistas. Não são. E estão muito longe disso. Mas faça um esforço.
http://www.ccsp.com.br/palestra.php
http://www.ccsp.com.br/palestra.php
31.7.08
29.7.08
Você acha que tem uma boa redação e começa a blogar. E você se dedica achando que vai ser lido por muita gente. Afinal, você escreve bem. Mas na web não é assim. Primeiro porque essa sua idéia de sucesso está ligada às mídias tradicionais: programa bom é o que tem a maior audiência, jornal bom é o que todo mundo lê. E não é bem assim. Claro que há excelentes programas mainstream. Mas não só por isso, a web é uma teia, certo? Faz um esforço aí e lembra da cauda longa. É preciso pensar o sucesso de uma outra maneira, sem considerar o fator audiência. Porque a tendência é a quantidade de gente que lê o seu blog diminuir, você falar para um nicho específico. Todo mundo está blogando, tem muita coisa na web. Então por que pensar a internet como se ela fosse um grande jornal?
Mas aí você lembra dos sites e blogs que fazem sucesso na web. Eles se baseiam em duas coisas: a primeira é que a maioria das pessoas ainda tem suas definições de sucesso baseadas nas mídias tradicionais. O que isso significa? Que as pessoas buscam na web aquilo que procuram nas mídias tradicionais: credibilidade. Elas lêem as pessoas que tem coerência, que escrevem bem, que são reconhecidas pelos seus pares. Isso é muito bom e válido. Mas elas deixam de explorar o conceito teia da web. De buscar por novos escritores, blogueiros e gente que faz coisa interessante na internet. E sabe por que a maioria não faz isso? Por força do hábito, nunca tiveram que fazer isso, mas também por falta de critério para definir o que é bom e o que não é. Mas não vou entrar nessa questão educacional. A segunda razão por esses blogueiros serem muito lidos já foi dita. Eles, basicamente, dizem coisas inteligentes.
Então se você quer fazer sucesso em um meio diferente, pense no próprio de um jeito diferente.
Mas aí você lembra dos sites e blogs que fazem sucesso na web. Eles se baseiam em duas coisas: a primeira é que a maioria das pessoas ainda tem suas definições de sucesso baseadas nas mídias tradicionais. O que isso significa? Que as pessoas buscam na web aquilo que procuram nas mídias tradicionais: credibilidade. Elas lêem as pessoas que tem coerência, que escrevem bem, que são reconhecidas pelos seus pares. Isso é muito bom e válido. Mas elas deixam de explorar o conceito teia da web. De buscar por novos escritores, blogueiros e gente que faz coisa interessante na internet. E sabe por que a maioria não faz isso? Por força do hábito, nunca tiveram que fazer isso, mas também por falta de critério para definir o que é bom e o que não é. Mas não vou entrar nessa questão educacional. A segunda razão por esses blogueiros serem muito lidos já foi dita. Eles, basicamente, dizem coisas inteligentes.
Então se você quer fazer sucesso em um meio diferente, pense no próprio de um jeito diferente.
28.7.08
25.7.08
Me desculpem, mas foi só agora que eu percebi que o caboco de High Fidelity é a versão masculina da Carrey, de Sex and the city. Só eles ficam refletindo sobre coisas inúteis que, eventualmente, podem se tornar interessantes. Não que eu ache high fidelity ruim. Muito pelo contrário. Mas pense nos personagens. Só a tpm os separa.
19.7.08
Tá eu sei, é o 597º post que vc lê do Batman. Mas eu preciso falar. Tá, é blockbuster. Tá, fo feito para ganhar dinheiro. Tá, se pedissem pro saramago escrever o roteiro ele jogaria o original de Ensaio sobre a Cegueira na sua cabeça. Mas que filme bem feito esse do Nolan. Colocaram o morcegão numa cidade de verdade: com complexas relações de poder, tentações, pessoas corruptas que se redimem inocentes que roubam pela primeira vez, reações da população aos atos de batman que nem ele foi capaz de prever. O ARG da campanha acertou. Parece mesmo que Batman vive entre a gente. Erra, é mal-interpretado, se é que isso existe, faz as honras de vilão, de herói, não é unanimidade. Colocaram tudinho no texto. Vale muito a pena ver. E a atuação de Ledger? Muito boa, não sei se vale oscar póstumo não...também está cedo para indicação, mas promete. Não sei precisar. Só sei que você precisa gastar seu precioso dinheirinho para assistir e aplaudir. Ou jogar tomates.
16.7.08
Muitos reclamam que no Brasil não tem um bom curso de cinema, que aqui só presta, e mesmo assim meia bomba, o audiovisual da USP, que curso bom só em Cuba. Eu discordo. Tem algumas federais fazendo um bom trabalho, tem também uns cursos da gv, enfim. Aí vai um curso de cinema do Fernando Meireles. Em forma de blog. Leia e aprenda.
http://www.blogdeblindness.blogspot.com
http://www.blogdeblindness.blogspot.com
7.7.08
19.6.08
15.5.08
Ontem vi de novo O Homem com uma máquina de filmar, do Vertov. Feito no começo do século XX, é o puro deslumbramento do cara com uma máquina de filmar. Filmou tudo, mulher, carros, objetos, animais, fez fusões, enfim, se divertiu. Claro que o filme é mais que isso, mas fica na cara esse deslumbramento. Foi mais ou menos como eu fiquei quando vi este filme, consegui nem saber porquê. Não sei se foi pela técnica ou pela mensagem ou por qualquer outra coisa. Alguém tem um eno para eu entender logo essa porra?
http://www.blublu.org/sito/video/muto.htm
http://www.blublu.org/sito/video/muto.htm
6.5.08
Referência fast-food
por Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
A qualidade de boa parte da informação oferecida pela Wikipédia, a enciclopédia das novas gerações, está abaixo da crítica
Gerações anteriores de estudantes de classe média usaram a Barsa, a Mirador ou a Larousse da família, às vezes até uma biblioteca. Copiavam, claro, mas ao menos tinham de ler o texto para passá-lo ao papel almaço com a caneta.
A atual tem uma só referência e gasta menos tempo. Em “Só faço trabalho com Wikipédia”, comunidade do Orkut, uma usuária escreve: “No Google aparecem várias coisas e a gente não sabe qual está certa... Já na Wiki vai diretinho!” Outra responde: “É bom porque não precisa gastar tempo procurando, é só ir lá que o trabalho já está feito. O único trabalho é apertar Ctrl+c e Ctrl+v, mandar imprimir e acabou...”
Parece que funciona. Sinal de conivência dos professores, pois é igualmente fácil checar, com qualquer buscador, se o texto foi colado da internet sem roçar a massa cinzenta do aluno. Pensando bem, talvez nem sempre isso seja ruim. Estudar certos verbetes da Wikipédia é pôr em risco tudo o que se aprendeu, se não a sanidade mental. Uma advertência do ministério competente não estaria fora de lugar.
O artigo Ditaduras, centenas de vezes editado e revisado desde 2004, é um texto raso, confuso, mal escrito, quase ininteligível: “O termo ditadura tem o significado de oposição à democracia, onde o modelo democrático-liberal deixa de existir e a legitimidade passa a ser questionada, pois as ditaduras modernas são um movimento totalitário...” Arremata, triunfal: “Liberdade democrática é o direito que todos os cidadãos têm de escolher um ou mais representantes que governarão o país tendo em conta os interesses de todos os cidadãos. Essa liberdade é congestionada (sic) numa ditadura”.
O verbete Arianos, com histórico similar, é outro feixe de tolices e contradições. Começa já discutível: “Esta página é sobre o povo antigo que colonizou a Índia”. Seguem informações ainda mais duvidosas ou errôneas: “Por volta dos anos 8000 a.C. e 5000 a.C. um povo de língua indo-européia originário de uma zona localizada entre o Mar Negro e Mar Cáspio, nas montanhas do Cáucaso, migrou por toda a Eurásia”. No parágrafo seguinte cai no absurdo: “A maioria da população européia é de origem ariana, daí a denominação da maior parte raça européia. Existem influências pré-arianas como os lusitanos, iberos e os ilusivos (sic) bascos”. Termina com uma tripla barbaridade: “Os arianos são de origem védica, da região conhecida como Tâmil, próximo da região bengali”.
O desvairado verbete Nova Ordem Mundial (conspiração) passou por dezenas de revisões e continua a dizer: “Criou-se, através do governo oculto, o mito da ecologia. É dada às crianças a liberdade de ir e vir, ao mesmo tempo em que se combate qualquer tipo de trabalho infantil, e se impede que as escolas usem medidas de controle contra os alunos. Por influência de uma alimentação suspeita de ser à base de hormônios, a média de altura de 1,70 m para homens adultos subiu para 1,80 m. Com isso, qualquer criança de 12 anos acaba sendo maior que seus pais, impossibilitando seu controle.” Um administrador mais sensato propôs eliminá-lo. Foi contestado: “Tem nas outras (línguas), na nossa também deve ter”.
Verbetes de (auto)promoção são comuns. Por exemplo, o do medíocre escritor paulista Orlando Paes Filho: “Baseada em uma precisa pesquisa histórica de fatos e pensamentos da Idade Média, a saga de Angus se estenderá (sic) por sete livros e cobrirá doze séculos da nossa (sic) história”. Ou o da marca Close-up: “Com este nome a Unilever mantém um projeto de prevenção e promoção de saúde bucal (...). A marca é um dos grandes destaques do mercado publicitário”. Seguem vínculos para sites de propaganda. Ou Dove: “Uma marca de história e um caso de sucesso no mundo inventivo do marketing de produtos”.
Também nos EUA, estudantes se acostumam com informação instantânea a tal ponto que procurar uma ou duas horas por uma boa fonte lhes parece absurdo. Um estudo sobre hábitos de pesquisa no conceituado Wellesley College, de Massachusetts, fez seis questões a alunos de uma turma de computação. Menos de 2% usaram fontes fora da internet para responder a qualquer delas. E a maioria se satisfez com a primeira informação que encontrou, sem conferi-la em outras fontes.
“Wiki”, em havaiano, é “rápido”. Rápido demais.
O projeto surgiu em 2001. Larry Sanger era, desde o ano anterior, o editor-chefe de um projeto sério, a Nupedia: uma enciclopédia on-line gratuita, de qualidade profissional, escrita e revisada por especialistas com, pelo menos, grau de doutorado.
A exigência de rigor exigia tempo e a Free Software Foundation, fornecedora da tecnologia, decidiu que o tradicional processo acadêmico de revisão por pares era burocrático e contrário à filosofia “democrática” do software livre. Iniciou um projeto concorrente, a GNUPedia. A pressão levou Sanger a criar a Wikipédia como um rascunho para que voluntários anônimos propusessem colaborações, antes que uma revisão formal as liberasse para a Nupedia.
O novo portal atraiu, como se esperava, os interessados no projeto concorrente, mas a crise das pontocom se agravou. Jimmy Wales, financiador do projeto, cortou o salário de Sanger, que se demitiu. A Nupedia foi abandonada com 24 artigos prontos e 74 em elaboração e a Wikipédia cresceu sem controle. Hoje, inclui 1,6 milhão de artigos em inglês e 4,8 milhões em 249 “línguas”, incluindo dialetos como “napolitano”, “lombardo” e “alemão da Pensilvânia” e pseudo-idiomas artificiais como klingon e volapuque.
Em 2004, no site kuro5hin.org, Sanger fez uma crítica muito dura à filha transviada. Explicou ter deixado o projeto por ser muito sério para um hobby em tempo parcial, mas também por não ter paciência para aturar, de graça, a “atmosfera venenosa do projeto”.
A começar pelo próprio Jimmy Wales, explicou Sanger, a comunidade da Wikipédia tem uma cultura antiintelectual. Falta respeito para com a perícia e experiência de especialistas e sobra tolerância para com quem os despreza e ridiculariza. Quem tem qualificação, mas pouca paciência, desiste: ao editar artigos sujeitos a qualquer controvérsia, terá de defender exaustivamente suas opiniões contra leigos ineptos, prontos para desfigurar seu trabalho e denunciar suas objeções como “censura”. Se reclamar, receberá um passa-moleque ou um pedido para “cooperar” com colegas incultos e pouco razoáveis. Muitas pessoas capazes, dispostas a cooperar educadamente com parceiros que fossem racionais, bem informados e bem-intencionados, caíram fora.
Em junho de 2006, depois de um festival de auto-elogios, calúnias sem provas, insultos, supressão de dados incômodos e sabotagens a biografias de políticos e personalidades, Wales impôs um mínimo de ordem. Fechou alguns dos artigos mais controversos a edições não autorizadas pelos administradores e criou um comitê de arbitragem. Começou-se a assinalar afirmações duvidosas com a nota “Carece de fontes” (confira o verbete Ditaduras cubanas para um exemplo tragicômico). Mas, em nome dos “direitos individuais”, Wales recusou-se a incorporar um controle editorial mais extenso.
A idéia é que, por tosco e parcial que seja o artigo inicial, as sucessivas edições, mesmo por usuários não especializados, logo o melhorariam e o aproximariam do estado da arte, à medida que cada um trouxesse o seu pedacinho de informação – tanto que a organização mede a “profundidade” de seus artigos, acredite se quiser, pelo número de alterações feitas.
Assim como certos economistas pensam que a soma dos conhecimentos de milhões de participantes de uma bolsa de valores resulta necessariamente na melhor avaliação possível de uma empresa ou mercadoria, que nenhuma análise ou perícia especializada poderia sonhar superar. Não é verdade na economia, como se viu no colapso do índice Nasdaq e de gigantes como a Enron e a Worldcom na virada do milênio.
Muito menos no conhecimento. Basta um passeio rápido para se constatar que (ao menos na versão em inglês) um verbete tem mais chances de ser bem-feito e confiável quando trata de um tema tão especializado e insignificante aos olhos do leigo que os especialistas têm permissão de trabalhar em paz.
Mas o usuário médio fica satisfeito por encontrar uma resposta rápida. Audiências de executivos e marqueteiros, às quais Robert McHenry, ex-editor-chefe da Encyclopedia Britannica, perguntou se não era importante que a resposta também fosse correta, responderam com olhares de embaraço ou de indiferença.
McHenry rastreou a história de um verbete para mostrar como sua dialética encaminha o texto não ao estado da arte, mas sim à mediocridade do usuário médio. Um artigo razoavelmente coerente sobre um dos “pais fundadores” dos EUA foi emendado por palpites e opiniões contraditórias até cair ao nível de uma redação ruim de ensino médio (grau C, na sua avaliação). Seu conselho:
– Quem vai à Wikipédia aprender algo ou confirmar um fato está na situação de quem visita um sanitário público. A imundície pode ser evidente e levá-lo a ter cuidado, ou a aparência de limpeza pode lhe dar uma falsa sensação de segurança. O que ele certamente não sabe é quem foi o último a usar a privada.
Ou a rabiscar a porta. Em 6 de fevereiro, quem procurasse, na versão em inglês, pelo rei Alfredo, o Grande – um dos mais importantes da Inglaterra medieval – encontraria apenas a frase “he was a gay boy” (ele era um homossexual). Não era o primeiro vandalismo inexplicado. Em outra ocasião, o texto original foi substituído por uma historinha sobre Alfredo como mendigo. Um usuário tentou inserir, várias vezes, um vínculo com um site turístico sem relação com o tema.
Em outubro de 2006, Sanger anunciou um novo projeto chamado Citizendium, mais flexível que a Nupedia, mas com mais credibilidade e responsabilidade que a Wikipédia. Os colaboradores terão de se identificar e serão supervisionados por moderadores e especialistas qualificados, cujas credenciais serão conhecidas do público. Ainda não foi lançado, mas seu grau de exigência provavelmente o fará começar menor e crescer mais devagar que a concorrente.
Mesmo quando existir, os usuários custarão a descobri-lo. Google e similares hierarquizam as buscas contando a quantidade de vínculos (links) que levam, direta ou indiretamente, a cada página com a palavra ou expressão procurada, além de valorizar páginas que anunciam no buscador e suprimir aquelas que possam lhes trazer problemas.
Como os criadores de página tendem a vincular aquilo que encontram primeiro no buscador, sites grandes e conhecidos, seja qual for sua qualidade e originalidade, são perpetuados no alto da lista. É uma formidável barreira de entrada a proteger oligopólios da informação, o pensamento único e a mediocridade. Uma busca sobre algum tema enciclopedizável provavelmente mostrará na primeira página o artigo da Wikipédia e seus clones em sites comerciais que, como Answers.com, brainyencyclopedia.com, cafepress.com e outros, reproduzem seus textos sem nada acrescentar, salvo publicidade.
Tratar tal metástase de pseudo-informação medíocre e disforme não será fácil. Não se encontram facilmente acadêmicos dispostos a trabalhar de graça, muito menos tendo de se justificar a usuários semiletrados. Por outro lado, livros especializados são protegidos por copyright de publicação na web. E, mesmo postas na internet, as publicações acadêmicas são, na maioria, fechadas a não assinantes e inacessíveis aos leigos interessados em referências sérias.
Talvez governos e fundações culturais devessem financiar projetos de enciclopédias on-line supervisionados pela comunidade acadêmica, se quiserem evitar esse nivelamento por baixo e garantir às novas gerações o acesso a informações não apenas rápidas, mas também corretas e confiáveis – ou, no mínimo, uma razoável pluralidade de fontes de referência.
por Antonio Luiz Monteiro Coelho da Costa
A qualidade de boa parte da informação oferecida pela Wikipédia, a enciclopédia das novas gerações, está abaixo da crítica
Gerações anteriores de estudantes de classe média usaram a Barsa, a Mirador ou a Larousse da família, às vezes até uma biblioteca. Copiavam, claro, mas ao menos tinham de ler o texto para passá-lo ao papel almaço com a caneta.
A atual tem uma só referência e gasta menos tempo. Em “Só faço trabalho com Wikipédia”, comunidade do Orkut, uma usuária escreve: “No Google aparecem várias coisas e a gente não sabe qual está certa... Já na Wiki vai diretinho!” Outra responde: “É bom porque não precisa gastar tempo procurando, é só ir lá que o trabalho já está feito. O único trabalho é apertar Ctrl+c e Ctrl+v, mandar imprimir e acabou...”
Parece que funciona. Sinal de conivência dos professores, pois é igualmente fácil checar, com qualquer buscador, se o texto foi colado da internet sem roçar a massa cinzenta do aluno. Pensando bem, talvez nem sempre isso seja ruim. Estudar certos verbetes da Wikipédia é pôr em risco tudo o que se aprendeu, se não a sanidade mental. Uma advertência do ministério competente não estaria fora de lugar.
O artigo Ditaduras, centenas de vezes editado e revisado desde 2004, é um texto raso, confuso, mal escrito, quase ininteligível: “O termo ditadura tem o significado de oposição à democracia, onde o modelo democrático-liberal deixa de existir e a legitimidade passa a ser questionada, pois as ditaduras modernas são um movimento totalitário...” Arremata, triunfal: “Liberdade democrática é o direito que todos os cidadãos têm de escolher um ou mais representantes que governarão o país tendo em conta os interesses de todos os cidadãos. Essa liberdade é congestionada (sic) numa ditadura”.
O verbete Arianos, com histórico similar, é outro feixe de tolices e contradições. Começa já discutível: “Esta página é sobre o povo antigo que colonizou a Índia”. Seguem informações ainda mais duvidosas ou errôneas: “Por volta dos anos 8000 a.C. e 5000 a.C. um povo de língua indo-européia originário de uma zona localizada entre o Mar Negro e Mar Cáspio, nas montanhas do Cáucaso, migrou por toda a Eurásia”. No parágrafo seguinte cai no absurdo: “A maioria da população européia é de origem ariana, daí a denominação da maior parte raça européia. Existem influências pré-arianas como os lusitanos, iberos e os ilusivos (sic) bascos”. Termina com uma tripla barbaridade: “Os arianos são de origem védica, da região conhecida como Tâmil, próximo da região bengali”.
O desvairado verbete Nova Ordem Mundial (conspiração) passou por dezenas de revisões e continua a dizer: “Criou-se, através do governo oculto, o mito da ecologia. É dada às crianças a liberdade de ir e vir, ao mesmo tempo em que se combate qualquer tipo de trabalho infantil, e se impede que as escolas usem medidas de controle contra os alunos. Por influência de uma alimentação suspeita de ser à base de hormônios, a média de altura de 1,70 m para homens adultos subiu para 1,80 m. Com isso, qualquer criança de 12 anos acaba sendo maior que seus pais, impossibilitando seu controle.” Um administrador mais sensato propôs eliminá-lo. Foi contestado: “Tem nas outras (línguas), na nossa também deve ter”.
Verbetes de (auto)promoção são comuns. Por exemplo, o do medíocre escritor paulista Orlando Paes Filho: “Baseada em uma precisa pesquisa histórica de fatos e pensamentos da Idade Média, a saga de Angus se estenderá (sic) por sete livros e cobrirá doze séculos da nossa (sic) história”. Ou o da marca Close-up: “Com este nome a Unilever mantém um projeto de prevenção e promoção de saúde bucal (...). A marca é um dos grandes destaques do mercado publicitário”. Seguem vínculos para sites de propaganda. Ou Dove: “Uma marca de história e um caso de sucesso no mundo inventivo do marketing de produtos”.
Também nos EUA, estudantes se acostumam com informação instantânea a tal ponto que procurar uma ou duas horas por uma boa fonte lhes parece absurdo. Um estudo sobre hábitos de pesquisa no conceituado Wellesley College, de Massachusetts, fez seis questões a alunos de uma turma de computação. Menos de 2% usaram fontes fora da internet para responder a qualquer delas. E a maioria se satisfez com a primeira informação que encontrou, sem conferi-la em outras fontes.
“Wiki”, em havaiano, é “rápido”. Rápido demais.
O projeto surgiu em 2001. Larry Sanger era, desde o ano anterior, o editor-chefe de um projeto sério, a Nupedia: uma enciclopédia on-line gratuita, de qualidade profissional, escrita e revisada por especialistas com, pelo menos, grau de doutorado.
A exigência de rigor exigia tempo e a Free Software Foundation, fornecedora da tecnologia, decidiu que o tradicional processo acadêmico de revisão por pares era burocrático e contrário à filosofia “democrática” do software livre. Iniciou um projeto concorrente, a GNUPedia. A pressão levou Sanger a criar a Wikipédia como um rascunho para que voluntários anônimos propusessem colaborações, antes que uma revisão formal as liberasse para a Nupedia.
O novo portal atraiu, como se esperava, os interessados no projeto concorrente, mas a crise das pontocom se agravou. Jimmy Wales, financiador do projeto, cortou o salário de Sanger, que se demitiu. A Nupedia foi abandonada com 24 artigos prontos e 74 em elaboração e a Wikipédia cresceu sem controle. Hoje, inclui 1,6 milhão de artigos em inglês e 4,8 milhões em 249 “línguas”, incluindo dialetos como “napolitano”, “lombardo” e “alemão da Pensilvânia” e pseudo-idiomas artificiais como klingon e volapuque.
Em 2004, no site kuro5hin.org, Sanger fez uma crítica muito dura à filha transviada. Explicou ter deixado o projeto por ser muito sério para um hobby em tempo parcial, mas também por não ter paciência para aturar, de graça, a “atmosfera venenosa do projeto”.
A começar pelo próprio Jimmy Wales, explicou Sanger, a comunidade da Wikipédia tem uma cultura antiintelectual. Falta respeito para com a perícia e experiência de especialistas e sobra tolerância para com quem os despreza e ridiculariza. Quem tem qualificação, mas pouca paciência, desiste: ao editar artigos sujeitos a qualquer controvérsia, terá de defender exaustivamente suas opiniões contra leigos ineptos, prontos para desfigurar seu trabalho e denunciar suas objeções como “censura”. Se reclamar, receberá um passa-moleque ou um pedido para “cooperar” com colegas incultos e pouco razoáveis. Muitas pessoas capazes, dispostas a cooperar educadamente com parceiros que fossem racionais, bem informados e bem-intencionados, caíram fora.
Em junho de 2006, depois de um festival de auto-elogios, calúnias sem provas, insultos, supressão de dados incômodos e sabotagens a biografias de políticos e personalidades, Wales impôs um mínimo de ordem. Fechou alguns dos artigos mais controversos a edições não autorizadas pelos administradores e criou um comitê de arbitragem. Começou-se a assinalar afirmações duvidosas com a nota “Carece de fontes” (confira o verbete Ditaduras cubanas para um exemplo tragicômico). Mas, em nome dos “direitos individuais”, Wales recusou-se a incorporar um controle editorial mais extenso.
A idéia é que, por tosco e parcial que seja o artigo inicial, as sucessivas edições, mesmo por usuários não especializados, logo o melhorariam e o aproximariam do estado da arte, à medida que cada um trouxesse o seu pedacinho de informação – tanto que a organização mede a “profundidade” de seus artigos, acredite se quiser, pelo número de alterações feitas.
Assim como certos economistas pensam que a soma dos conhecimentos de milhões de participantes de uma bolsa de valores resulta necessariamente na melhor avaliação possível de uma empresa ou mercadoria, que nenhuma análise ou perícia especializada poderia sonhar superar. Não é verdade na economia, como se viu no colapso do índice Nasdaq e de gigantes como a Enron e a Worldcom na virada do milênio.
Muito menos no conhecimento. Basta um passeio rápido para se constatar que (ao menos na versão em inglês) um verbete tem mais chances de ser bem-feito e confiável quando trata de um tema tão especializado e insignificante aos olhos do leigo que os especialistas têm permissão de trabalhar em paz.
Mas o usuário médio fica satisfeito por encontrar uma resposta rápida. Audiências de executivos e marqueteiros, às quais Robert McHenry, ex-editor-chefe da Encyclopedia Britannica, perguntou se não era importante que a resposta também fosse correta, responderam com olhares de embaraço ou de indiferença.
McHenry rastreou a história de um verbete para mostrar como sua dialética encaminha o texto não ao estado da arte, mas sim à mediocridade do usuário médio. Um artigo razoavelmente coerente sobre um dos “pais fundadores” dos EUA foi emendado por palpites e opiniões contraditórias até cair ao nível de uma redação ruim de ensino médio (grau C, na sua avaliação). Seu conselho:
– Quem vai à Wikipédia aprender algo ou confirmar um fato está na situação de quem visita um sanitário público. A imundície pode ser evidente e levá-lo a ter cuidado, ou a aparência de limpeza pode lhe dar uma falsa sensação de segurança. O que ele certamente não sabe é quem foi o último a usar a privada.
Ou a rabiscar a porta. Em 6 de fevereiro, quem procurasse, na versão em inglês, pelo rei Alfredo, o Grande – um dos mais importantes da Inglaterra medieval – encontraria apenas a frase “he was a gay boy” (ele era um homossexual). Não era o primeiro vandalismo inexplicado. Em outra ocasião, o texto original foi substituído por uma historinha sobre Alfredo como mendigo. Um usuário tentou inserir, várias vezes, um vínculo com um site turístico sem relação com o tema.
Em outubro de 2006, Sanger anunciou um novo projeto chamado Citizendium, mais flexível que a Nupedia, mas com mais credibilidade e responsabilidade que a Wikipédia. Os colaboradores terão de se identificar e serão supervisionados por moderadores e especialistas qualificados, cujas credenciais serão conhecidas do público. Ainda não foi lançado, mas seu grau de exigência provavelmente o fará começar menor e crescer mais devagar que a concorrente.
Mesmo quando existir, os usuários custarão a descobri-lo. Google e similares hierarquizam as buscas contando a quantidade de vínculos (links) que levam, direta ou indiretamente, a cada página com a palavra ou expressão procurada, além de valorizar páginas que anunciam no buscador e suprimir aquelas que possam lhes trazer problemas.
Como os criadores de página tendem a vincular aquilo que encontram primeiro no buscador, sites grandes e conhecidos, seja qual for sua qualidade e originalidade, são perpetuados no alto da lista. É uma formidável barreira de entrada a proteger oligopólios da informação, o pensamento único e a mediocridade. Uma busca sobre algum tema enciclopedizável provavelmente mostrará na primeira página o artigo da Wikipédia e seus clones em sites comerciais que, como Answers.com, brainyencyclopedia.com, cafepress.com e outros, reproduzem seus textos sem nada acrescentar, salvo publicidade.
Tratar tal metástase de pseudo-informação medíocre e disforme não será fácil. Não se encontram facilmente acadêmicos dispostos a trabalhar de graça, muito menos tendo de se justificar a usuários semiletrados. Por outro lado, livros especializados são protegidos por copyright de publicação na web. E, mesmo postas na internet, as publicações acadêmicas são, na maioria, fechadas a não assinantes e inacessíveis aos leigos interessados em referências sérias.
Talvez governos e fundações culturais devessem financiar projetos de enciclopédias on-line supervisionados pela comunidade acadêmica, se quiserem evitar esse nivelamento por baixo e garantir às novas gerações o acesso a informações não apenas rápidas, mas também corretas e confiáveis – ou, no mínimo, uma razoável pluralidade de fontes de referência.
2.5.08
29.4.08
Tem 30 e ainda mora com os pais. Não quer perder o conforto de casa. Justifica que o mercado está concorrido e paga mal. Não sabe que está perdendo, na verdade, sua juventude, sua força de fazer algo extraordinário. Bunda mole. Estudou 7 anos de medicina, 5 de nutrição, 4 de publicidade mas tem medo do mercado, dizendo que o mercado é isso e aquilo, e resolve estudar para concurso. Bunda mole. E de tanto ter medo de quebrar a cara, vamos nos tornando na nação dos bunda moles. E aí, vai escrever um comentário reclamando?
25.4.08
A Microsoft quer comprar o yahoo! que é dono do flickr. O Google tem o gmail, o orkut, o youtube e o blogger. E agora fez um acordo com a Nokia, que usa o windows mobile nos modelos nseries. O que essa frase nerd do cacete quer dizer?
Se você tem um nokia e uma conta do gmail e do yahoo!, você manda email do celular pro seu disco virtual, tira foto pelo celular e posta no blogger, no flickr e no orkut, posta video no youtube pelo celular,manda email pro seu yahoo que redireciona pro flickr que posta os anexos e redireciona pro blogger, pro blogspot e por mais pra qual url você quiser. Faz podcast, videocast e o escambau instantaneamente.
Eita vida geek da peida.
Se você tem um nokia e uma conta do gmail e do yahoo!, você manda email do celular pro seu disco virtual, tira foto pelo celular e posta no blogger, no flickr e no orkut, posta video no youtube pelo celular,manda email pro seu yahoo que redireciona pro flickr que posta os anexos e redireciona pro blogger, pro blogspot e por mais pra qual url você quiser. Faz podcast, videocast e o escambau instantaneamente.
Eita vida geek da peida.
11.4.08
10.4.08
1.4.08
24.3.08
única forma de falar comigo quando estou em casa é o celular. Isso porque poucos sabem meu endereço e também não tenho fixo. Enquanto a bateria está cheia, ok. É ótimo saber que você pode ser encontrado a qualquer hora do dia ou da noite. Isso é estar conectado. Mas quando a bateria acaba, o desespero começa. Como é ruim ficar incomunicável. Ora, então todo mndo acha bom ficar conectado? Não. Em um mundo com banda larga, celular, palm, iphone e outros gadgets ficando cada vez mais populares, as pessoas anseiam pela desconexão. E quando se desconectam, se desesperam. Vai entender.
13.3.08
6.3.08
21.2.08
Sabe pq cinema brasileiro caminha a passos curtos? Claro, falta de talentos, de grana...mas tb pq somos cerebrais demais. Aqui se pensa mto, o q é bom, afinal, tudo tem que sair direitinho: fotografia, direção, atores...mas pense em filmes gringos: em muitos casos, só o roteiro é bom, ou só a fotografia, ou só um determinado ator. E com eles ganham com isso? Com volume, se transforma cinema em indústria. E com indústria é mto mais fácil fazer filme bom. Então produza!
7.2.08
Internet é sempre associada com velocidade. A troca rápida de dados. Eu dou muito valor a isso, é verdade. Mas com certeza ela não é a única parte importante da rede. Blogs nao comentam as ultimas noticias, nao competem com os jornais. Nao na corrida contra o tempo, competem na reflexao da noticia. Que nao precisa dessa velocidade toda. E mais e mais, muito alem da blogosfera, a internet vai descobrindo seu caminho lento. Como a mais nova brincadeira,ver as reacoes de 2girls1cup no youtube. Vc pode ver hj, amanha, semana que vem. Nao importa. A internet está adquirindo sua própria velocidade.
2.1.08
Vi Meu nome não é Johnny. Se fosse pai de santo diria que é o melhor filme de 2008. A história parece boba, um playboy que vira traficante: nem precisa dizer que todo mundo teria que rebolar pra fazer um bom filme. E rebolaram. Mauro colocou uma pegada rock à direção e se deu bem. Mariza mandou bem na produção e inseriu divertidos diálogos que Selton tirou de letra. A fotografia não tinha muito que fazer, então se divertiu brincando de super 8, o que fica sempre bom. Cleo deve ganhar o kikito de atriz coadjuvante (olha o pai de santo outra vez). Mas o destaque fica a cargo da trilha sonora e do figurino. Que produção. Me parece que o cinema brasileiro fez 18 ontem. E já quer tirar carteira.
Assinar:
Postagens (Atom)