27.2.09

Há 4 anos atrás, um americano criou um site onde americanos pediam desculpas ao mundo pelo governo Bush, era o sorry everybody. Agora, depois que Obama tomou posse e o mundo está bem mais esperançoso com os EUA, o rapaz transformou o sorry everybody em Hello everybody. Entre lá e vejam os gringos chamando a gente para um café.

Hello Everybody
Essa caboca já é famosa pra caramba no mundo todo. Mesmo assim vale dar uma espiada na galeria leme, onde ela expõe parte dos trabalhos.

Nina Pandolfo

23.2.09

E Quem quer ser milionário? Levou o grande prêmio ontem. E parece que este deve ser o ano da Índia. Lá é muito mais barato produzir bons filmes (só os estadunidenses não sabiam disso) e aparece como uma grande força mundial, acentuada ainda mais com a crise econômica ocidental. Somado a isso tem o prêmio de direção do Danny Boyle que mostra como é possível fazer bons filmes fora de Holywood e sem a sua infraestrutura. (Mais uma vez: só os americanos não sabiam disso.)
Mas a Academia não passou a noite toda olhando para os pobres coitados e pagou um preço muito caro por isso. Pitt era disparado o melhor e, olhando pelo lado político (o que conta muito para aqueles cabocos da Academia), não tinha como dar diferente. Mas deu. Deram para Sean Penn. Uma pena. Ele está excelente como sempre, mas Pitt há tempos vem fazendo bons filmes e mostrando que rostinho bonito pode vir sim com um puco de massa encefálica por trás.
Aliás, raciocínio válido também para Kate Winslet. A moça arrebentou e arrebatou público e estatueta. Merecido. Assim como a de Ledger, ele ganhou de paulada o prêmio de ator coadjuvante. O mesmo fez Penélope Cruz, que esbofeteou com uma mão só as outras candidatas e levou para casa a estatueta que já deveria estar em sua prateleira há um bom tempo.

20.2.09

Depois de 6 indicações, finalmente chegou a vez dela. E não é por peninha da Academia. Winslet arrebenta e arrebata em O Leitor. Com extrema facilidade passeia entre uma alemã fria, fechada e uma mulher meiga, doce e apaixonante. Consegue, em um filme com muita nudez, tirar a atenção do corpo e focar nos sentimentos delicados e ásperos da personagem. Ralph Fiennes manda bem sendo o já batido lorde inglês. A fotografia não inventa e joga simples. Os outros coadjuvantes também não atrapalham.

Mas e o roteiro? Você deve estar se perguntando. A história não é boba, mas também não requer um gênio muito desenvolvido para compreendê-la. E está nos muitos tons de cinzas que o diretor dá para a história que a deixam charmosa, interessante e impossível de ser rotulada de piegas.

Não entra no meu top 10 mas vale muito a pena ver.

18.2.09

Aí vai o link do site do Alan Sieber. Boas tiras, bons personagens, livros idem.

Alan Sieber
Por GAYDEN WREN
Do Hollywwod Watch


O que é mais importante lembrar: essas apostas não dizem respeito a "quão boa foi a atuação", mas a "quem deve vencer o Oscar". E não se trata de quem você acha que deve vencer, porque os eleitores da Academia não são como você ou seus amigos. Eles assistem a mais filmes e os assistem como pessoas de dentro da indústria, o que significa que eles têm mais consciência do mecanismo por trás da mágica e, portanto, ficam mais impressionados quando a mágica supera o mecanismo.

Eles também conhecem os indicados, motivo pelo qual pessoas mais queridas tendem a vencer as menos apreciadas, como quando Alan Arkin superou Eddie Murphy na categoria de melhor ator coadjuvante há dois anos, apesar das atuações parecerem sugerir o contrário. Todos os eleitores trabalham na indústria cinematográfica americana, o que significa que preferem premiar filmes americanos em vez de estrangeiros e preferem filmes com grandes equipes e elencos do que os independentes, feitos com orçamento minúsculo, porque são os filmes grandes que criam mais empregos na indústria cinematográfica americana.

Mas só é possível se colocar no lugar dos eleitores da Academia até certo ponto, e toda previsão no final representa pouco mais que um palpite. Dito isso, eis aqui nossos palpites.

Melhor filme
A disputa deve ficar entre "O Curioso Caso de Benjamin Button" e "Quem Quer Ser um Milionário?", representando respectivamente a grande produção de estúdio, repleta de astros, que Hollywood ama com sua cabeça -e sua carteira- e a produção independente pequena, fora do radar, que Hollywood ama com seu coração.

"Frost/Nixon" tem uma escala pequena demais para este prêmio, "Milk - A Voz da Igualdade" é considerado mais uma exibição de interpretação do que um filme brilhante e "O Leitor" perderá votos dos fãs de "Foi Apenas um Sonho", pois o consideram o segundo melhor filme de Kate Winslet no ano.

Qual levará o prêmio? Provavelmente "Benjamin Button": "Quem Quer Ser um Milionário?" é caloroso, mas a Academia não vai querer encorajar outros cineastas a terceirizarem suas produções para a Índia, de custos mais baixos.


Melhor diretor
Hollywood está cheia de gente que adora o talento narrativo e visual de David Fincher, mas detesta sua inclinação por temas sombrios e radicais como "Alien 3" (1992), "Seven - Os Sete Crimes Capitais" (1995) e "Clube da Luta" (1999). "O Curioso Caso de Benjamin Button" é o filme de Fincher pelo qual todos esperavam e ele lhe renderá um Oscar. Seu maior adversário é Danny Boyle, de "Quem Quer Ser um Milionário?", mas os melhores filmes de Boyle foram feitos fora de Hollywood, de forma que ele carece do eleitorado de Fincher.

Ron Howard, de "Frost/Nixon", é muito querido e apreciado por seu talento em produzir filmes, mas seu talento como diretor não é universalmente admirado, de forma que o Oscar por "Uma Mente Brilhante" (2001) parece suficiente para a maioria das pessoas. Gus Van Sant também tem grande apreço pelo estranho e toques de autopiedade, apesar de tê-los atenuado em "Milk - A Voz da Igualdade", e o geralmente respeitado Stephen Daldry sofre com o fato de "O Leitor" não ter sido muito visto.

Melhor ator
Há três candidatos sérios nesta categoria, que como sempre é muito forte. A indicação já é o Oscar de Richard Jenkins -um ator de composição veterano que está brilhante em "The Visitor", mas é uma interpretação sutil que carece de pirotecnia e, além disso, quase ninguém viu o filme. Sean Penn realiza seu trabalho excelente habitual em "Milk - A Voz da Igualdade", mas sua vitória nesta categoria em "Sobre Meninos e Lobos" (2003) ainda está fresca na lembrança dos eleitores.

Frank Langella, de "Frost/Nixon", é um veterano experiente que oferece uma interpretação de mestre como uma figura histórica real, tudo isso atraente para a Academia, assim como o retorno de Mickey Rourke em "O Lutador", que traz uma história de redenção pessoal, algo que sempre tem apelo em Hollywood, onde até mesmo os superastros sentem que estão a um passo em falso do status de "Por onde anda?". Em outro ano, Langella e Rourke seriam os prováveis vencedores, mas este é o ano de Brad Pitt.

Pitt há muito é admirado em Hollywood por investir em uma longa série de filmes sérios, artisticamente exigentes, em vez de lucrar com sua aparência. Além disso, ele mantém o foco em seu trabalho sem deixar a vida pessoal descrita nos tablóides engolir sua carreira. Em "O Curioso Caso de Benjamin Button", ele envelhece 80 anos - ao contrário!- e oferece uma forte interpretação sob camadas e camadas de maquiagem, algo que impressiona a maioria dos atores que compõem Academia.

Melhor atriz
Esta categoria, muitas vezes fraca, está forte neste ano, mas as cinco candidatas se resumem a apenas duas no final. A indicação de Melissa Leo por "Rio Congelado" lhe assegura melhores papéis e melhores salários, o que lhe servirá como premiação suficiente pela Academia. Angelina Jolie tem um trabalho sólido em "A Troca" de Clint Eastwood e a idéia de um Oscar para o casal, um para ela e um para Pitt, é sedutora, mas o filme foi ofuscado por "Gran Torino" do próprio Eastwood. Anne Hathaway ganhou imensa credibilidade artística por seu trabalho semi-improvisado em "O Casamento de Rachel" de Jonathan Demme, mas ela é jovem demais para vencer em uma categoria que geralmente prefere indicadas mais maduras.

O que deixa a maior indicada ao Oscar de todos os tempos, Meryl Streep, contra a mulher considerada a candidata mais provável a herdar sua coroa como "a melhor atriz não coroada de Hollywood", Kate Winslet. A atriz de 33 anos já conta com seis indicações, o dobro do que Streep tinha na idade dela. Mais importante, Winslet nunca ganhou, o que representa o segundo maior insulto em Hollywood: se ela não ganhar neste ano, ela ficará empatada com Deborah Kerr e Thelma Ritter como as atrizes mais indicadas sem nunca ganhar, e ficará atrás apenas de Peter O'Toole, que só perdeu sua sexta disputa quando tinha 49 anos. O trabalho de Streep em "Dúvida" é soberbo - o tipo de papel perfeito para o talento dela - e, após 26 anos sem ganhar um Oscar, ele seria merecido. Mas Winslet também merece, e ela levará o prêmio.


Melhor ator coadjuvante
Após sua assustadora interpretação como o Coringa em "Batman - O Cavaleiro das Trevas", a única coisa entre Heath Ledger e o Oscar é, ironicamente, a mesma coisa que o torna um grande favorito: ele está morto. Hollywood gosta de homenagear os astros que partiram, mas prefere reservar o Oscar para pessoas cujas carreiras serão beneficiadas pelo empurrão.

Se a lógica prevalecer, este é o ano de Josh Brolin. Sua atuação como o supervisor Dan White em "Milk - A Voz da Igualdade" consegue fazer o homem que atirou em Harvey Milk e no prefeito de San Francisco, George Moscone, parecer uma figura triste e até mesmo simpática, e seu trabalho talentoso em "Onde os Fracos Não Têm Vez" (2007) e "W." (2008) também não prejudica.

Michael Shannon é um novato "feliz apenas por ter sido indicado". A vitória de Philip Seymour Hoffman como melhor ator por "Capote" (2005) ainda é muito recente e o trabalho humorístico de Robert Downey Jr. em "Trovão Tropical" utiliza muito pouco do talento formidável do ator.

Dito tudo isso, a Academia não tem outra forma substancial de homenagear o filme de maior bilheteria do ano, "Batman - O Cavaleiro das Trevas", e Ledger se tornará apenas o segundo ganhador póstumo de um Oscar de interpretação.


Melhor atriz coadjuvante
Tradicionalmente a categoria mais aberta entre as seis principais, ela está novamente indefinida. Presumindo que Amy Adams e Viola Davis dividam os votos para "Dúvida" -é raro que uma candidata por um filme com duas indicadas na mesma categoria vença- a disputa ainda está bem aberta entre três tipos favoritos da Academia: a bela estrangeira, o talento emergente e a atriz de composição veterana despretensiosa.

Se Marisa Tomei não tivesse ganho o mesmo prêmio por "Meu Primo Vinny" (1992), ela ficaria com ele aqui. Dessa forma, Penélope Cruz, por "Vicky Cristina Barcelona", e Taraji P. Henson, por "O Curioso Caso de Benjamin Button", são ligeiramente favoritas. Cruz demonstrou nos últimos anos que sua beleza estonteante não a impede de ser uma atriz talentosa, e não prejudica estar em um filme de Woody Allen: ele é uma espécie de especialista nesta categoria, já tendo dirigido nove indicadas ao prêmio de melhor atriz coadjuvante, sendo que duas ganharam.

Mas Henson, que juntamente com Davis são as únicas duas afro-americanas indicadas nas grandes categorias neste ano, levará o prêmio por seu trabalho como a mãe adotiva do personagem-título de "O Curioso Caso de Benjamin Button".

17.2.09

Essa iniciativa começou ano passado em São Paulo e agora se extende por algumas outras cidades do Brasil. É o Restaurant Week Brasil, onde, por duas semanas, vários restaurantes, incluindo os bons, servem pratos por R$25 + R$1 no almoço e R$39 +R$1 no jantar. O um real extra vai para o Ação Criança.
Em Brasília vai rolar entre 6 e 19 de Julho. Anote na agenda e confira a relação de restaurantes participantes.
A nota triste só vai para o nome do evento. Por que em inglês? Eu, hein...


Restaurant Week

4.2.09

Meses atrás eu havia comentado sobre este documentário. Na ocasião, disponibilizei o trailer, agora segue em 6 partes, o documentário todo.

3.2.09

Eu ainda não sei como ainda tem gente que chama o Millôr de jornalista. Deve ser o automático. Porque Millôr deixou de ser jornalista há muito tempo. Basta acompanhar sua página na Veja. É artigo aquilo lá? É notícia? É análise? Não, não é nada disso. Millôr é artista há muito tempo. E dos bons. E dos modernos. Seu desenho é incrível,é de um refinamento agressivamente pós-moderno. E o que falar de seus textos? Impecáveis, como os de todos os bons jornalistas do passado. Millôr passeia tranquilamente pela literatura, pelas artes plásticas, pelas intervenções no maior semanário do país. Por isso, faço aqui um apelo: parem de rotular o caboco de jornalista. Ah, em tempo: leiam A verdadeira história do paraíso, publicado em 1972. Bom para quem gosta de desenho, de texto e dos dois ao mesmo tempo.

2.2.09

Um beijo roubado é uma bobajada só. O roteiro não decola e há muitas outras histórias de amor, traição, perdão e ódio melhores do que ela. Por todo o ranço que os filmes de amor carregam e provocam nas pessoas, você deve não querer ver esse filme. Mas vá. A fotografia é linda e realmente cria o clima que o filme precisa. A direção de arte também acerta no ponto. Norah Jones, que atua em seu primeiro filme, não tem o suceso de Paulo Miklos em O invasor, mas manda bem. E a trilha então? Comandada por Ry Cooder, traz muitos jazz bom. Se você gosta mesmo de cinema, vá ver Um beijo roubado, ignore o roteiro e delicie-se com as parcas cenas bem filmadas, uma fotografia excelente, uma arte idem e um som ibidem.