Sábado passado rolou no mundo todo a Hora do Planeta, um manifesto de alerta contra o aquecimento global. A uma determinada hora, todo mundo tinha que desligar as luzes. Um planeta às escuras. A priori, a ideia é boa. Mas só a princípio. Esse manifesto é um prato cheio para os políticos. Ora, é muito fácil apagar as luzes dos principais monumentos da cidade e dizer que se preocupa com o tema. Não tem eleitor que não aplauda. Mas, no Brasil, o problema do aquecimento global é de outra natureza que não a matriz energética. E isso não está sendo discutido. O Brasil é o quarto país em emissão de gases poluentes. E a culpa não é das indústrias ou da nossa crescente frota de carros. O problema está nas queimadas indiscriminadas na Amazônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para a preparação de pasto. Hoje o Brasil tem mais cabeças de gado (220 milhões) do que pessoas (193 milhões). E o impacto do gado não é só pelas queimadas, há o estrume, o consumo de água e outros problemas que a criação em larga escala desse animal produz. Isso que China e Índia, os dois maiores mercados consumidores em desenvolvimento não consomem como Europa, Brasil e EUA. Mas estão ávidos por isso. O planeta não aguenta por tanta fome.
É por essa e outras que a Hora do Planeta, aqui, é um engodo. Não nos ajudou em nada na discussão do problema. Eu mesmo deixei as luzes acesas e comi uma bela salada. Fiz mais que muita gente.
30.3.09
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