24.11.04

A dança dos guarda-chuvas


Um dia desses me deparei com um anúncio homenageando São Paulo. Vários guarda-chuvas vistos de cima formavam uma famosa garrafa de vodka. Imediatamente me lembrei dos dias chuvosos de verão e de como as pessoas não sabem andar com guarda-chuva. Literalmente, viram açúcar quando chove. Por que elas não conseguem desviar um pouquinho o guarda-chuva para não atingir a pessoa que vem na direção contrária? O que umas gotinhas a mais podem prejudicar a roupa? Afinal, ela foi feita para molhar, óbvio que só na máquina, mas algumas gotas não são motivo para se entrar em pânico.
Fiquei pensando em como é temporal em Paris. Será que as pessoas desviam ou não o guarda-chuva? Eu me molho um pouco para a madame passar, não tem problema. Mas e se for madame com madame? Provavelmente impera a arrogância francesa. Porque essa fama tem que vir de algum lugar.
Já na Inglaterra é o cavalheirismo que emperra tudo. Porque é um querendo que o outro passe primeiro. E como o que aceita primeiro parece ser menos cavalheiro que o outro, ninguém anda. Se bem que com o céu cinza quase o ano todo, eles devem esquecer um pouco disso de vez em quando. Deve ser por isso que nem todo mundo lá é sir.
Infelizmente eu não moro no velho continente. O que também não me livraria de me machucarem com o guarda-chuva. Talvez a Constanza Pascolato devesse escrever um capítulo sobre guarda-chuvas no seu próximo livro. Ótima solução. Enquanto isso não acontece, o jeito é rezar para não encontrar nenhum guarda-chuva vindo em sua direção. Ou para que São Pedro colabore.

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