28.12.10
27.12.10
26.12.10
"Desculpe, foi o senhor que telefonou para que eu viesse amputar a sua perna?
"Eu? O que é isso? Nem sonhando!"
"Mas o senhor se chama Dante del Torro, não é? Faz meia-hora, um fulano me telefonou para que viesse alguém que lhe cortasse uma perna."
"Eu não telefonei. Deve ser outro Dante del Torro."
"Não, não... O endereço que me deram foi este. E neste endereço só há um Dante del Torro, que é o senhor. Um parente seu deve ter telefonado."
"Impossível. Hortênsia, por acaso você telefonou para que viessem cortar a minha perna?"
"Eu, não. Telefonei para o mercadinho pedindo que mandasse marmelada."
"Aí está, viu? Se o senhor tiver um doce de marmelada..."
"Como posso ter um doce de marmelada? Eu trouxe uma serra, pois quem me telefonou me pediu que trouxesse a serra, uma vez que na casa não existia uma serra."
"Engana-se. Eu tenho uma serra."
"Mas é evidente que a sua não deve servir para cortar uma perna."
"Como não? É igual a sua."
"Mas se é igual a minha, por que me levaram ao incômodo de trazer outra serra?"
"Ó Dante, deixa de discussão, homem de Deus. Deixa logo cortar esta maldita perna, mande-o embora e acabe logo com isso."
"Desculpa, Hortênsia, mas por que haverei eu de mandar cortar a minha perna quando não fui eu que telefonei? Tenho ou não tenho razão?"
"O senhor tem razão. Mas o que é que eu faço agora? Alguém telefona, eu compro uma serra nova, gasto meu dinheiro, venho até aqui e acabo perdendo o meu dia a troco de nada. O senhor também deve me compreender..."
"Bem, com boa vontade sempre se pode encontrar uma maneira de se chegar a um acordo. Tampouco ele, coitado, tem culpa. Escuta, Dante, você devia de algum modo concordar com ele. Por que não deixa que ele ampute um dedo seu?"
"Epa! Pára lá!, minha senhora: um dedo não é o suficiente!"
"Antes isso de que nada. Compreenda: é apenas para agradá-lo, porque eu poderia mandá-lo embora de mãos abanando, mesmo porque não fui eu quem o chamou.
"Bem, nesse caso, dois dedos."
"Ou um ou nada."
"Está bem, como quiser. Mas nesse caso, precisa que seja um polegar."
"Vá lá, vá lá... Que seja o polegar, já que me coloca nesta posição, está bem? E que seja esta a última vez, ouviu? Da próxima vez me telefone de volta para confirmar a chamada... Se o senhor não fosse um cara tão simpático... Pode... Ai!... porc... ahhh....vá aos poucos, isso, aos pouquinhos... Uuuuh!"
"Eu? O que é isso? Nem sonhando!"
"Mas o senhor se chama Dante del Torro, não é? Faz meia-hora, um fulano me telefonou para que viesse alguém que lhe cortasse uma perna."
"Eu não telefonei. Deve ser outro Dante del Torro."
"Não, não... O endereço que me deram foi este. E neste endereço só há um Dante del Torro, que é o senhor. Um parente seu deve ter telefonado."
"Impossível. Hortênsia, por acaso você telefonou para que viessem cortar a minha perna?"
"Eu, não. Telefonei para o mercadinho pedindo que mandasse marmelada."
"Aí está, viu? Se o senhor tiver um doce de marmelada..."
"Como posso ter um doce de marmelada? Eu trouxe uma serra, pois quem me telefonou me pediu que trouxesse a serra, uma vez que na casa não existia uma serra."
"Engana-se. Eu tenho uma serra."
"Mas é evidente que a sua não deve servir para cortar uma perna."
"Como não? É igual a sua."
"Mas se é igual a minha, por que me levaram ao incômodo de trazer outra serra?"
"Ó Dante, deixa de discussão, homem de Deus. Deixa logo cortar esta maldita perna, mande-o embora e acabe logo com isso."
"Desculpa, Hortênsia, mas por que haverei eu de mandar cortar a minha perna quando não fui eu que telefonei? Tenho ou não tenho razão?"
"O senhor tem razão. Mas o que é que eu faço agora? Alguém telefona, eu compro uma serra nova, gasto meu dinheiro, venho até aqui e acabo perdendo o meu dia a troco de nada. O senhor também deve me compreender..."
"Bem, com boa vontade sempre se pode encontrar uma maneira de se chegar a um acordo. Tampouco ele, coitado, tem culpa. Escuta, Dante, você devia de algum modo concordar com ele. Por que não deixa que ele ampute um dedo seu?"
"Epa! Pára lá!, minha senhora: um dedo não é o suficiente!"
"Antes isso de que nada. Compreenda: é apenas para agradá-lo, porque eu poderia mandá-lo embora de mãos abanando, mesmo porque não fui eu quem o chamou.
"Bem, nesse caso, dois dedos."
"Ou um ou nada."
"Está bem, como quiser. Mas nesse caso, precisa que seja um polegar."
"Vá lá, vá lá... Que seja o polegar, já que me coloca nesta posição, está bem? E que seja esta a última vez, ouviu? Da próxima vez me telefone de volta para confirmar a chamada... Se o senhor não fosse um cara tão simpático... Pode... Ai!... porc... ahhh....vá aos poucos, isso, aos pouquinhos... Uuuuh!"
Medo. Medo de escrever e não sair nada. Não rimar condão com fada. Não confrontar a metáfora com a ênclise, atrás da porta que acabei de grafar. Medo do til ter medo de altura, e transformar meu ão em um monossilábico ao, com a redução do o a u, uma semivogal. Medo do i não aceitar o pingo, e ao lado de um zero, formar uma facção de códigos binários. Medo do ar não entrar pelo fonema, e este nunca sair nasal. Medo do texto atonal. Medo da falta de rimas métricas e assimétricas. Medo de sequestro de letras. Do papel em branco. Medo do silêncio do teclado. Do estado hiperbólico das sentenças. Morrer de medo. Estar aquém de um grande verso. Medo do reverso da poética. A metálica forma do medo. Medo de escrever plástico só por sua acepção. Medo das crases. Dos acentos circunflexos, por não existirem os circônflacos. Medo dos flancos do dois pontos. Medo do assombro sem exclamação. Medo do não com ponto final. Do mal uso da cedilha. Das filhas da letra ésse quando se unem aos verbos. Do que fazem com eles. Medo da interrogação. Medo de títulos e epígrafes. Medo de gafes. Medo da origem das palavras. Se nascem mortas de medo. Medo das línguas esquecidas serem as mesmas das quais me lembro. Medo de abuso do texto. Do limite de linhas. Dos rodapés e rubricas. Medo que o trema não seja nunca mais utilizado. E com ele vá-se embora toda a intriga. Medo da falta de idéias. Ou do extremo oposto. Algumas delas ressurgirem do esquecimento para o repetido uso. Medo do p e b mudos. Do hífen do contra-ataque da curva dramática de um texto. Do abandono entre parênteses das reticências por medo. Medo do travessão e da vírgula. Do narrador e da terceira pessoa. Do protagonista. Do epílogo. De uma frase sair à toa. Medo de assinar o final do texto. Da confissão do confuso. Do mal hábito de sentir tudo muito absurdo. E saltar. Soltar a folha cheia de medos por cima do resto do mundo.
23.12.10
Nesta minha árdua busca por filmes de esporte, o skate continua ganhando de lavada. Mas o bmx mandou bem agora.
7D 2000 fps from Oton Bačar on Vimeo.
22.12.10
Tem muito filme que não tem nada. Literalmente nada. Aí vem um trabalho fodão de pós e salva o dia.
ToyLife from Tony Zagoraios on Vimeo.
Church and Steak é um coletivo de filmes que fazem desde animação até comerciais e trabalhos autorais. Olha o último trampo dos caras.
18.12.10
Com desenhos bem simples dá para contar uma boa história.
Sam Prekop - The Silhouettes from Thrill Jockey Records on Vimeo.
16.12.10
13.12.10
Ilustradora para prestar bem atenção. Minha opinião: a bichinha vai decolar. Tem mais trampos dela aqui.
10.12.10
6.12.10
29.11.10
Eu já tinha postado uns trampos desses cabocos aqui. Mas agora eles lançaram o reel de 2010.
Umeric 'Until Now' 2010. from Umeric on Vimeo.
23.11.10
22.11.10
A intro do documentário The I heart revolution, que fala sobre a viagem da banda australiana Hillsong United pelo mundo. Durante a trip, eles discutem sobre amor, cidadania, futuro e outros teminhas da moda.
The I Heart Revolution - Jackie Pullinger from Glenn Stewart on Vimeo.
Quer fazer vídeo bacana? Abusa do time lapse...mas tem que fazer bem feito.
Glass Insomnia from Philip Bloom on Vimeo.
19.11.10
Alguns anos atrás o fotógrafo francês Sacha Goldberger encontrou sua avó Frederika de 91 anos triste e deprimida. Ele então decidiu fazer um ensaio com ela. No começo, ela ficou um tanto reticente mas acabou aceitando. Como ela tinha salvo 10 pessoas durante a 2ª guerra mundial, ele teve a ideia do ensaio de heroína. Vovó Frederika agora tem 2.200 amigos no MySpace e nenhum traço de depressão.
18.11.10
Retiradas da competição Our World Under Water e do quarto Deep International Underwater competition. As duas competições atrairam mais de 5.000 inscritos.
leão-marinho na Antartica
Mergulhador em falha continental, em
cardume de bagres na indonésia
peixe-voador no Raja Ampat, Indonésia
mergulhador no restos do gran Canaria
Peixe-leão no mar vermelho, Egito
Cardume em local não identificado
água-viva no coral Ningaloo, Austrália
leão-marinho na Antartica
Mergulhador em falha continental, em
cardume de bagres na indonésia
peixe-voador no Raja Ampat, Indonésia
mergulhador no restos do gran Canaria
Peixe-leão no mar vermelho, Egito
Cardume em local não identificado
água-viva no coral Ningaloo, Austrália
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