30.3.09

Sábado passado rolou no mundo todo a Hora do Planeta, um manifesto de alerta contra o aquecimento global. A uma determinada hora, todo mundo tinha que desligar as luzes. Um planeta às escuras. A priori, a ideia é boa. Mas só a princípio. Esse manifesto é um prato cheio para os políticos. Ora, é muito fácil apagar as luzes dos principais monumentos da cidade e dizer que se preocupa com o tema. Não tem eleitor que não aplauda. Mas, no Brasil, o problema do aquecimento global é de outra natureza que não a matriz energética. E isso não está sendo discutido. O Brasil é o quarto país em emissão de gases poluentes. E a culpa não é das indústrias ou da nossa crescente frota de carros. O problema está nas queimadas indiscriminadas na Amazônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para a preparação de pasto. Hoje o Brasil tem mais cabeças de gado (220 milhões) do que pessoas (193 milhões). E o impacto do gado não é só pelas queimadas, há o estrume, o consumo de água e outros problemas que a criação em larga escala desse animal produz. Isso que China e Índia, os dois maiores mercados consumidores em desenvolvimento não consomem como Europa, Brasil e EUA. Mas estão ávidos por isso. O planeta não aguenta por tanta fome.
É por essa e outras que a Hora do Planeta, aqui, é um engodo. Não nos ajudou em nada na discussão do problema. Eu mesmo deixei as luzes acesas e comi uma bela salada. Fiz mais que muita gente.
Ultimamente tenho postado muitos vídeos. Mas hoje a dica é outra. Tem um caboco do sul que escreve muito bem. Ele é acadêmico e, de tanto ler, resolveu escrever suas próprias linhas. E foi com a calma e humildade que todo novato deve ter que escreveu um bom texto. É um texto cheio de referências e que destila uma inteligência fina e bem-humorada. Da próxima vez que for à livraria, procure por ele.

Luiz Antonio de Assis Brasil

Ensaios íntimos e imperfeitos

27.3.09

18.3.09

Há alguns meses atrás, eu havia indicado o blog da Adidas, o Originals. Agora os caras lançaram uma seção nova, só com perfis. O primeiro é de José Junior, o caboco do AfroReggae. Vale a pena ver. Contundente.




Obama Brasileiro

16.3.09

Já saiu o resultado do Claro Curtas. Só digo uma coisa: muito fácil ganhar, hein. Com esses concorrentes...

13.3.09

Último filminho da campanha do Doritos americano. Para começar bem essa sexta.


Mais um filminho do Doritos americano que eu havia comentado alguns posts atrás. Esse agora eu ainda não descobri quem produziu. Minha veia jornalística está preguiçosa para caralho.




Flickermood 2.0 from Sebastian Lange on Vimeo.

12.3.09

A Goodby, Silverstein & Partners, uma grande agência de publicidade estadunidense, lançou para o Doritos deles (Lays) uma campanha bem legal. Quer dizer, legal mesmo são as animações. Essa aí debaixo foi feita pela Blacklist. Vale muito dar um pulo lá e conferir o reel dos cabocos.



11.3.09

Vi Entreatos, documentário de João Salles sobre os dias que antecederam a eleição histórica de Luís Inácio Lula da Silva, em 2002. Quem nunca trabalhou com o Governo, vai entender como a política afeta a vida do nosso país e como ela é um pé no saco. Sempre medindo palavras, se policiando para passar a imagem certa, pensando muito antes de falar...todo tipo de ação que acabam construindo uma máscara nojenta sobre nossos comandantes e que fazem da política uma seara perigosa, traiçoeira e degradante.

O filme em si não detona ninguém, aliás, tem a virtude de documentar acima de tudo. Mas dá para ver com quem a gente está lidando.

10.3.09

Acabo de ler O Coringa. Já tenho o próximo livro em mente: Superman: pelo amanhã, do mesmo autor. Precisa dizer mais alguma coisa?
Finalmente tenho em mãos O Coringa, graphic novel de Brian Azzarello e muito bem ilustrada por Lee Bermejo. Preciso dizer que é bom?

2.3.09

Quem quer ser um Milionário? tinha mesmo que levar o prêmio. É filme que pega os americanos pelas bolas. A história de um garoto que não se abala com as dificuldades e no final se dá bem é mais um exemplo do sonho americano, da meritocracia, da filosofia de vida que está arraigada neles há anos. E em um tempo de esperança que o governo Obama trouxe, não poderia dar outra.

Mas é aí que reside o problema. Já foram inúmeros os filmes que falaram sobre isso. À procura da felicidade deve ter sido o último blockbuster que esta parca memória que vos fala se lembra. E como na maioria desses filmes, a história só engrena para lá do meio. Os personagens são bons, carismáticos. Mas é mais do mesmo. A fotografia é linda. A edição também, mas não ofuscam, e nem deveriam, o problema do argumento.

Quem acha que Quem Quer ser um Milionário? é uma glamurização da pobreza, está enganado. Este termo vendo sendo descaracterizado em inúmeros noticiários. Danny Boyle nos mostra uma Mumbai suja e pobre, claro de um jeito interessante, afinal, ele está fazendo cinema e não uma reportagem, mas não há motivo que faça o espectador querer conhecê-la. É lá que os muçulmanos são perseguidos, é lá que o tráfico e a prostituição correm soltos, é lá que os mendigos importunam quem quer que passe. Onde está o glamour nisso? Não é isso que faz de Quem quer ser um Milionário? um filme ruim. Me parece bem mais um preconceito, uma forma de não dar importância ao tema, uma forma de deixar invisível um problema real. Isso me incomoda muito.

Mas vá ver Quem Quer ser um Milionário? e tire suas próprias conclusões.